Nos últimos meses, têm caído de forma acentuada os índices de aprovação do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O governo argumenta que isso se deve ao fato de que suas boas ações e resultados obtidos não chegam ao conhecimento da população. Na tentativa de reverter esse quadro, o presidente trocou o ministro da Secom (Secretaria de Comunicação) com o objetivo de usar a pasta para aumentar a popularidade da gestão.
A nossa Constituição, em seu capítulo inicial, determina que os objetivos de todos deveriam ser reduzir as desigualdades e promover o bem-estar de brasileiras e brasileiros. Assim sendo, a prioridade do governo nas ações em todas as áreas (inclusive na comunicação) deveria ser atender esses objetivos.
Por exemplo: a comunicação do governo poderia servir para promover a cidadania, informando as pessoas dos seus direitos que estão relacionados na nossa Constituição e explicando o funcionamento das nossas instituições, as formas e possibilidades de participação social. A comunicação pública ideal deveria consolidar a democracia participativa, municiar a população de informações visando a uma maior e mais qualificada participação política.
Comunicação é importantíssima na área da saúde (literalmente salva vidas) ao promover informações sobre hábitos de vida saudável, calendário de vacinação e de exames. Comunicação pode melhorar a segurança dos cidadãos, informando sobre maneiras e formas de evitar riscos e fazer denúncias. Comunicação pode sensibilizar as pessoas para se conduzirem no trânsito com mais responsabilidade, diminuindo os nossos trágicos números de mortes e acidentes.
Comunicação pode melhorar nossa educação, diminuindo, por exemplo, os números de evasão escolar. Produzir campanhas para sensibilizar pais e jovens sobre a importância da educação pode conscientizar muitos jovens a não abandonar os estudos.
O aquecimento global pode ser combatido com consciência ambiental. E nisso a comunicação tem um papel fundamental. Alertando sobre riscos, trazendo dados e mostrando o que podemos fazer para preservar o meio ambiente e promover o desenvolvimento sustentável.
Na área cultural, a comunicação poderia incentivar as pessoas a se envolver com a cultura e divulgando eventos e espaços de formação e de atividades culturais. Na economia, informações sobre finanças, financiamentos e capacitação para o empreendedorismo poderiam ser muito úteis para aqueles que querem desenvolver seus próprios negócios.
Em apoios aos municípios e estados, o governo poderia divulgar projetos e programas exemplares, casos de sucesso no Brasil e em outros países de políticas públicas que pudessem inspirar gestores estaduais e municipais.
A lista de possibilidades do uso da comunicação para melhorar a vida das pessoas é imensa. Em vez de se preocupar apenas com a popularidade, o governo deveria usar a comunicação para atender aos objetivos fixados pela Constituição. O que certamente teria a aprovação da população e, consequentemente, poderia aumentar a sua popularidade.
